O Instituto C.G. Jung foi fundado em 1948 em Zurique, na Suíça, pelo próprio Jung, mas só em 1955 foi criada a IAAP – International Association for Analytical Psychology, como órgão regulador de cunho internacional, que autoriza e legitima suas instituições filiadas e seus respectivos cursos de formação.
No Brasil existem apenas duas instituições filiadas à IAAP: a SBPA – Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica e a AJB – Associação Junguiana do Brasil, fundada em S.Paulo em 11 de novembro de 1991, com Institutos em vários estados brasileiros.
O IPABAHIA visa:
A história do movimento junguiano no Brasil tem como figura exponencial a Dra. Nise da Silveira, principal responsável pela introdução do pensamento de Jung em nosso país.
Alagoana de nascimento e formada em medicina em 1926 pela Universidade Federal da Bahia, Dra. Nise foi quem primeiro estruturou um grupo de estudos junguianos em solo nacional, tendo sido a pioneira na produção de experiências clínicas baseadas nas idéias de Jung, o que possibilitou aos pacientes do Hospital Psiquiátrico D. Pedro II, no Rio de Janeiro, expressarem as imagens do inconsciente através da arte.
Em 1957, encontrou-se pessoalmente com Jung na Suíça, tornando-se a primeira aluna brasileira do Instituto C. G. Jung de Zurique.
Outros pioneiros da Psicologia Analítica no Brasil são:
Pethö Sändor – Médico húngaro radicado no Brasil em 1949, desenvolveu uma abordagem muito peculiar de psicoterapia, associando a teoria junguiana a vivências corporais, além de introduzir o pensamento de Jung na universidade brasileira. Ensinou por muitos anos na PUC-SP e teve uma influência decisiva para que lá, se construísse um dos principais centros de formação junguiana do país.
Leon Bonaventure – Analista belga, também teve grande importância na divulgação da Psicologia Junguiana no Brasil, notadamente na tradução e na edição das Obras Completas de Jung e de diversos autores junguianos.
Outros analistas que tiveram participação importante na construção do movimento junguiano no Brasil foram: Glauco Ulson, Walter Boechat e Carlos Byington.
A partir destes impulsos iniciais, a Psicologia Analítica desenvolveu-se, aqui no Brasil, através de muitos grupos de estudos e alguns cursos de especialização em diversas Universidades do país e, principalmente, através das duas Instituições oficiais de formação: a SBPA (1978) e a AJB (1991).
Os fundadores da AJB foram Glauco Ulson, Walter Boechat, Paula Boechat, Elizabeth Zimmermann, Carlos Salles, Priscila Caviglia e Candido Vallada. Depois de alguns anos de existência, iniciou-se o processo de desdobramento em Institutos regionais. A partir de diretrizes e objetivos comuns, os Institutos são estimulados a construírem sua própria identidade.
Em outubro de 2009, após cumprir os requisitos exigidos pelo Curso de Formação de Analistas do IJUSP, Tereza Caribé recebeu a qualificação como membro da AJB e da IAAP e a autorização para fundar um novo Instituto na Bahia. Na oportunidade, foram convidados duas analistas de S. Paulo, Angela Nacácio e Aurea Roitman, para compor sua primeira Diretoria.
Rosa-dos-ventos: metáfora para o processo de individuação nos mares ignotos do inconsciente; senso de direção e capacidade de registrar descobertas no ilimitado mundo da psique; importante registro para a História do Novo Mundo (ou das Índias Ocidentais), onde a Bahia ocupa um lugar de influência e centralidade.
Na época das grandes navegações no Caminho das Índias, que permitiram a inclusão do Novo Mundo ocidental, a rosa-dos-ventos traçada em pergaminho era colocada como um mostrador sobre a face da bússola. Nela, vinham marcados os pontos cardeais e as direções dos ventos.
Sua função era permitir que pudessem ser representados e localizados, com alguma precisão, rotas marítimas, linhas costeiras, desembocaduras de rios, ilhas, afloramentos rochosos, zonas de calmaria, terras desconhecidas e incidentes ocorridos durante a viagem pela vastidão incomensurável dos oceanos.
A bússola informava o Norte, ponto fixo de orientação num horizonte percebido como circular e a rosa-dos-ventos definia um campo de anotação de achados.
Escolhemos como logotipo do IPABAHIA este raro exemplar da rosa-dos-ventos, extraído da carta náutica de Jorge Aguiar de 1492, por ser uma metáfora histórica para o processo de navegação pelos mares ignotos do inconsciente.